Botão voltar Discurso de Lula em encontro sobre políticas para pessoas com deficiência
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Bem, primeiro eu quero agradecer a cada um de vocês, a cada uma que aceitaram participar desse encontro no dia em que se homenageia

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As pessoas com deficiência. Eu penso que alguns companheiro da imprensa que estão aqui eh deve se dar conta dum pouco

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Por que que uma parte das pessoas ahm rejeitam o PT ou não gosta do PT? É porque pessoas como vocês e outras pessoas que não estão aqui

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Foram entendidas por uma parte da elite brasileira pra serem invisíveis. Pra não ter a oportunidade de sair na rua. Era uma responsabilidade da família.

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A Prefeitura não tinha que se preocupar, o Estado não tinha que se preocupar e a União muito menos. Ou seja, pessoas como vocês não eram problema de saúde pública, não era um problema do Estado brasileiro.

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Era problema da família e por isso muitas vezes as famílias escondiam. A a primeira companheira que falou ela falou da clínica uma clínica de psiquiatria que existia em Santos.

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Hospital Anchieta. Hospital Anchieta, esse hospital ele pegava pessoas que tavam com qualquer problema, qualquer problema, sabe? Por menor que fosse o problema, sabe? De deficiência.

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E já internava, quando chegava no hospital a primeira coisa que faziam era dar um sossega leão. Dava um sossego leão, as pessoas ficavam lá abobalhada, dormindo, ali as meninas as vezes engravidavam ah

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E era esse mundo. Quando nós entramos a Telma resolveu comprar uma briga, fechou essa clínica e um ano depois muitas mulheres que estavam nessas clínicas internadas como loucas.

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Estavam trabalhando em creches, tomando conta de criança. Então, se o poder público assume a sua responsabilidade, tudo fica mais fácil.

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Porque cabe ao poder público que não uma coisa que é interessante Rogério, quero dizer é que essas coisas que nós fizemos isso não é obra do governo Lula. Isso é obra da coragem que vocês tiveram

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De participar das conferências municipais, das conferências estaduais, da conferência nacional e de exigir que o governo adotasse isso com política. Porque se dependesse do governo, esses problemas não chega ao governo.

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Não chega no terceiro andar da presidência se você não tem pessoas altamente comprometidas, interessadas em ajudar a resolver. Isso vale pra todos os problemas do país. Quando eu dizia

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Pela primeira vez no Brasil, nunca antes na história do Brasil é porque a gente era inacreditável, parecia que tudo acontecia exatamente pela primeira vez. Eu eu lembro, Luiz, eu fui, eu fui inaugurar

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Uma distribuição do Minha Casa Minha Vida em Feira de Santana e tinha uma mesa grande e todo mundo entregava a chave pras pessoas que iam morar na casa. E a primeira vez que me deu um choque é que

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A umidade a chave que me deu foi o com Pererê que que já morreu, ele era na verdade não era era ele o presidente da Caixa e eu peguei a chave quando eu fui entregar o marido não enxergava, a mulher não enxergava

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E a criança não enxergava. E eu então tive a ideia de pedir pro cidadão da Caixa que era o Hereda e pro empresário que fez a casa irem comigo na casa pra eles mostrarem pra mim se eles tinham feito algo especial.

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Praquela família de portadoras com deficiência, aquelas pessoas com deficiência visual pudesse andar naquela casa. Eles não tinham feito nada, era a mesma casa pra todo mundo. E aí o dono da empresa resolveu comigo e com o Ireda que ele ia

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Fazer a casa pra criar as condições das pessoas transitarem com facilidade dentro da casa. Passado um tempo eu vou em Manaus inaugurar três mil casas com o governador Eduardo Braga e com o prefeito Amazonino Mendes.

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E outra vez coube a mim entregar a chave. O pai não enxergava, a mãe não enxergava e três filho não enxergavam. E a casa tinha um patente pra entrar quase de sessenta centímetro

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E eu então fiquei estarrecido, eu falava pro governador e pro prefeito e pro representante da Caixa. Não é possível que vocês deram uma casa, quer dizer, quando eu voltar aqui a semana que vem vai ter um monte de gente sem nariz.

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Porque é quase um metro de altura um batente, comé que essas pessoas vão transitar, sabe? Nessa casa, num é possível vocês pegarem uma casa, sabe? Que carente paralela ao ao solo pra pessoa dorarem. Você acredita que levou muito tempo

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Pra convencer as pessoas de que aquelas pessoas com deficiência não podiam ficar naquela casa. E assim era na educação, assim era tudo é muito difícil. Na hora que o Estado coloca isso como política pública, tudo fica mais fácil.

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E vocês que participam sabe que é todo um processo de educação pra vencer todo um processo de resistência. Não é fácil. Não é fácil. As pessoas, sabe?

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Entenderem que nós estamos avançando, que nós estamos tentando criar condições de igualdade pra todo mundo. Isso vale pro salário mínimo e faz pra política de igualdade racial. Isso vale

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Sabe pra questão da violência todos os assuntos que você vai discutir você percebe que a sociedade está despreparada. Então eu queria agradecer vocês porque uma parte das coisas que nós fizemos foram desmontadas. Nós vamos ter que reconstruir.

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O que é importante é que vocês precisam dizer que nem o peão de fábrica de do seu salário. Quando a gente recebe um aumento de salário, aquele salário só vale no primeiro mês. Quando você recebe no primeiro mês é muito bom, mas no mês seguinte

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Já não vale muita coisa já precificamos o nosso as conquistas que vocês obtiveram são poucas diante do das conquista que nós precisamos conquistar outra vez.

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Eu, quando tava na presidência, nós fizemos setenta e quatro conferências nacionais. Eu participei da grande maioria delas, da grande maioria. E nós vamos ter que voltar a fazer outra vez as conferências nacionais.

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Pra que vocês coloquem de novo quais os novos problemas que surgiram, quais os novos enfrentamento, porque se vocês não colocarem, não exigirem e não brigarem, as coisas podem não acontecer.

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É todo um trabalho de convencer ministro, todo um trabalho de convencer o Presidente e depois todo o trabalho de convencer o Congresso e depois convencer a sociedade. E é um trabalho que se não for vocês, a gente não faz. Eu

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Quero dizer que eu tenho um compromisso com vocês ah ah que é muito grave. Eu não posso votar a ser presidente do país pra fazer igual nós já fizemos. Nós temos que fazer mais.

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Nós temos que descobrir novas coisas. Novos desejos, novas necessidades para que esse país se modernize de uma vez por todas, se humanize de uma vez por toda. Para que esse país seja um país altamente civilizado.

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E quem sabe a gente conseguir fazer com que nunca mais a negação da política permita a gente ter um presidente como a gente tem. Porque isso é resultado da negação da política.

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Toda vez que a gente fica dizendo, sabe? Que a política não presta, que ninguém presta. E você veja na campanha.

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É a mesma coisa se você pegar a campanha o discurso são praticamente quase que os mesmo todo mundo promete, todo mundo só fala do pobre, todo mundo só fala do pequeno, todo mundo só fala dos mais necessitados. E quando essas pessoas ganham, se a gente não olhar em quem a gente vota,

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As coisas vão continuar como antes. Eu quero dizer pra vocês que não tem outra razão pra voltar a me candidatar a Presidente da República se não for pra fazer mais e melhor do que nós fizemos.

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E quero dizer pra vocês que esse mais e melhor foi conquista de vocês. Foi proposta de vocês. Foi, eu diria quase a teimosia de vocês. A minha mãe dizia, tem mas meu filho, tema que um dia você consegue. E eu quero dizer pra vocês, temem.

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Temem que um dia a sociedade perfeita que nós sonhamos a gente vai construir e ela não é resultado de data de governo, ela é resultado de conquista da sociedade. Então nós estamos a poucos dias de uma eleição

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Eu, de coração, quero agradecer a cada um e a cada um de vocês. Eu sei que não é uma tarefa fácil sair pra fazer uma reunião de uma hora só e ainda o Rogério pedir pra falar só três minutos. Ahm?

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Nem o cara da bolsa de valor fala só três minutos. Então eu quero o seguinte, vocês pra mim significam exemplos. Exemplo de que quando a gente tem uma causa

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Quando a gente tem uma razão, quando a gente tem uma obsessão de fazer uma coisa, a gente consegue. E vocês conseguiram e é por isso que eles destruíram. Não apenas o que nós conquistamos

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pa pessoas com deficiência destruíram muitas outras coisas, sabe? Tem muita gente sem receber PPC, o salário mínimo faz cinco anos que não aumenta, tem gente na fila pra receber um benefício há quatro anos.

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Ou seja, a coisa que a gente fazia em vinte dias, ou seja, era pra gente ter avançado muito mais, muito mais. Deram um golpe? Fizeram uma proposta de construir uma ponte para o futuro

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E cavaram um abismo. Para que a sociedade caísse dentro do abismo. É esse o mundo que a gente está vivendo agora. E eu queria fazer um apelo pra vocês. Tá? Coragem. Muita disposição.

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Porque a gente vai voltar a sorrir e a gente vai voltar a dizer pela primeira vez na história do Brasil as coisa começaram a mudar. Esse é um compromisso que eu quero ter com vocês. É um compromisso de que já no ano que vem

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Haverá uma conferência municipal, conferência estadual e conferência nacional pra gente fazer a revisão nas coisas que nós conquistamos, aproveitar e aprimorar aquilo que tá fragilizado e tentar propor coisas novas.

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Para que as pessoas com deficiências sejam tratado, sabe? Com plenitude de respeito e com plenitude democrática. Tá? Então eu quero agradecer a todos vocês. Obrigado mais uma vez o Aloísio Mercadão que é o coordenador do nosso programa de governo.

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Tá? Eu não sei se tudo que vocês entregaram vai caber aqui mas se não der em que as pessoas com deficiência são lembradas. E nesse dia vocês precisam ter coragem e colocar mais coisa no papel, reivindicar mais e cobrar mais.

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Porque senão a gente não faz. Um beijo no coração de cada homem, de cada mulher e até a próxima. Ó, não se esqueçam, não se esqueçam o seguinte,

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Hoje é dia vinte e um vinte e um não se esqueça o seguinte os poderosos poderão matar uma, duas ou três rosas mas jamais deterão a chegada da primavera e ela chegou também de setembro.

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Um abraço. Ó pessoal, só só organizar o seguinte, tem vários documentos e livres pra serem entregues, né? Eh isso mostra também o seguinte, o programa de governo com o presidente Lula que dialoga com o Brasil profundo, é um processo vivo, permanente que vai se enriquecendo. Não é meia dúzia de páginas que resolve.

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