Botão voltar Discurso Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU
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Ok, ok, senhor Csaba Korosi

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presidente da 77º Assembleia Geral das Nações Unidas. Senhor Antônio Guterres, secretário geral das Nações Unidas. Senhoras e senhores, chefes de estado, de governo e de delegações. Senhoras e senhores,

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começo por cumprimentá-lo embaixador Csaba Korosi pela eleição para presidir esta Assembleia Geral. Esteja certo de contar com o apoio do Brasil. O tema escolhido para este debate geral gira em torno de um conceito que se aplica perfeitamente

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ao momento que vivemos um divisor de águas senhor presidente nossa responsabilidade coletiva nessa Assembleia Geral é compreender o alcance dos desafios que compõe esse divisor de águas.

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E a partir daí construir respostas que tirem a sua força dos objetivos que são comuns a todos nós. A tarefa não é simples mas a rigor não temos alternativa. Esse esforço tem de começar no interior de cada um dos nossos países.

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Antes de tudo é aquilo que realizamos no plano interno que dá a medida da autoridade com que agimos no plano internacional. Deixe-me falar da perspectiva do meu país. Quando o Brasil se manifesta sobre a agenda da saúde pública

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fazemos isso com a autoridade de um governo que durante a pandemia da Covid-19 não poupou esforços para salvar vidas e preservar empregos.

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Como tantos outros países concentramos nossa atenção desde a primeira hora em garantir um auxílio financeiro emergencial aos mais necessitados. O nosso objetivo foi proteger a renda das famílias para que elas conseguissem enfrentar as dificuldades econômicas

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decorrentes da pandemia. Beneficiamos mais de 68 milhões de pessoas. O equivalente a um terço da nossa população. Em paralelo, lançamos um amplo programa de imunização. Inclusive com produção doméstica de vacinas.

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Somos uma nação com 210 milhões de habitantes e já temos mais de 80% da população vacinada contra a Covid-19. Todos foram vacinados de forma voluntária, respeitando a liberdade individual de cada um.

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Da mesma forma no terreno da economia o Brasil traz a autoridade um país que em nome de um crescimento sustentável e inclusivo vem implementando reformas para atração de investimentos e melhorias das condições de vida de sua população.

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No meu governo extirpamos a corrupção sistêmica que existia no país. Somente entre o período de 2003 e 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político

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e em desvios chegou a casa dos US$ 170 bilhões. O responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade. Delatores devolveram US$ 1 bilhão e pagamos para a bolsa americana outro US$ 1 bilhão

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por perda de seus acionistas. Esse é o Brasil do passado. Aprimoramos os serviços públicos com redução de custos e investimentos em ciência e tecnologia. Hoje, por exemplo, o Brasil é o sétimo país mais digitalizado do mundo.

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São 135 milhões de pessoas que acessam 4.900 serviços do meu governo. O Brasil foi pioneiro na implantação do 5G na América Latina. Levamos adiante uma abrangente pauta de privatizações e concessões.

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com ênfase na infraestrutura. Concluímos o projeto de transposição do Rio São Francisco levando água para o nordeste brasileiro. Adotamos novos marcos regulatórios como o do saneamento básico, o das ferrovias e o do gás natural.

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Além disso, melhoramos o ambiente de negócios com a lei da liberdade econômica e a lei de start-ups. Como resultado, criamos oportunidades para o jovem empreender e ter empregos de qualidade. Coroando todo esse esforço de modernização da economia brasileira

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estamos avançando a passos largos para o ingresso do Brasil como membro pleno da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE. Apesar da crise mundial o Brasil chega ao final de 2022 com uma economia em plena recuperação.

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Temos emprego em alta e inflação em baixa. A economia voltou a crescer. A pobreza aumentou em todo o mundo sob o impacto da pandemia. No Brasil, ela já começou a cair de forma acentuada. Os números falam por si só. A estimativa é

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de que no final de 2022, 4% das famílias brasileiras estejam vivendo abaixo da linha da pobreza extrema. Em 2019 eram 5,1%. Isso representa uma queda de mais de 20%.

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O Auxílio Brasil, programa de renda mínima criada no meu governo durante a pandemia que atende 20 milhões de famílias faz pagamento de quase US$ 4 por dia as mesmas. O desemprego caiu cinco pontos percentuais chegando a 9%.

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Taxa que não servia há sete anos. Reduzimos a inflação com a estimativa de 6% no corrente ano. Tenho a satisfação de anunciar quem tivermos deflação inédita no Brasil nos meses de julho e agosto.

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Desde junho o preço da gasolina caiu mais de 30%. Hoje um litro no Brasil custa cerca de US$ 0,90. O preço da energia elétrica também teve uma queda de mais de 15%.

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Quero ressaltar que o custo da energia não caiu por causa de tabelamento de preços ou qualquer outro tipo de intervenção federal. Foi resultado de uma política de racionalização de impostos formulada e implementada com o apoio do Congresso Nacional.

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Em 2021 o Brasil foi o quarto maior destino de investimentos estrangeiro direto no mundo. Nosso comércio exterior alcançou a marca histórica de 39% do PIB. Mesmo diminuindo ou zerando impostos de milhares de produtos.

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No plano interno também estamos batendo recordes em três áreas. Arrecadação fiscal, lucro das empresas, estatais e relação entre dívida pública e PIB. Aliás, em 2021 tivemos superávit no resultado consolidado de contas públicas.

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O PIB brasileiro aumentou 1,2% no segundo semestre. A projeção de crescimento para 2022 chega a 3%. Temos a tranquilidade de quem está no bom caminho. O caminho de uma prosperidade compartilhada.

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Compartilhada entre os brasileiros e mais além compartilhada com nossos vizinhos e outros parceiros mundo afora. É isso que vemos por exemplo na produção de alimentos. Há quatro décadas o Brasil importava alimentos. Hoje somos um dos maiores exportadores mundiais.

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Isso só foi possível graças apesar dos investimentos em ciência e inovação. Com vistas a produtividade e a sustentabilidade. Faça aqui um tributo a pessoa de Alysson Paulinelli. Candidato brasileiro ao prêmio Nobre da Paz por seu papel na expansão da fronteira agrícola brasileira

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com o uso de novas tecnologias. Este ano o Brasil já começou a colheita da maior safra de grãos da nossa história. Estima-se pelo menos 270 milhões de toneladas. O Brasil também em poucos anos passará de importador a exportador de trigo.

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Para o período de 2022/2023 a previsão é que a produção total ultrapasse os 300 milhões de toneladas. Como afirmou a diretora geral da Organização Mundial do Comércio em recente visita que nos fez:

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"se não fosse o agronegócio brasileiro o planeta passaria fome". Pois alimentamos mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo. O nossa o nosso agronegócio é orgulho nacional. Senhor presidente quero lembrar que

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também na área do desenvolvimento sustentável o patrimônio de realizações do Brasil é fonte de credibilidade para a ação internacional do nosso país.

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Em matéria de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, o Brasil é parte da solução e referência para o mundo. Dois terços de todo o território brasileiro permanecem com vegetação nativa

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que se encontra exatamente como estava quando o Brasil foi descoberto em 1500. Na Amazônia brasileira, a área equivalente à Europa Ocidental mais de 80% da floresta continua intocada, ao contrário do que é divulgado pela grande mídia nacional.

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e internacional. É fundamental que ao cuidarmos do meio ambiente não esqueçamos das pessoas a região amazônica abriga mais de 20 milhões de habitantes entre eles indígenas e ribeirinhos cuja subsistência depende de algum aproveitamento econômico da floresta.

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Levamos internet a mais de 11 mil escolas rurais e há mais de 500 comunidades indígenas. O Brasil começou sua transição energética há quase meio século. Em relação às crises do petróleo daquela época.

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Hoje temos uma indústria de biocombustíveis moderna e sustentável. Indústria que contribui para a matriz energética mais limpa entre os países do G20. Cerca de 84% da nossa matriz elétrica atualmente é renovável.

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E esse é o objetivo que muitos países desenvolvidos. Espero alcançar somente depois de 2040 ou 2050. No ano passado o Brasil foi escolhido pelas Nações Unidas com o país campeão da transição energética.

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Temos capacidade para ser um grande exportador mundial de energia limpa. Contamos com o excedente já em construção que podem chegar a mais de 100 giga watts entre biomassa, eólica, terrestre e solar. Além da oportunidade

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Ainda não explorada deólicas marítimas de 770 giga watts com um dos menores custos de produção do mundo. Essas fontes produzirão hidrogênio verde para exportação. Parte dessa energia 100% limpa.

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Abre a possibilidade de sermos fornecedores de produtos industriais altamente competitivos. Especialmente no nordeste brasileiro. Com uma das menores pegadas de carbono do mundo. A agenda do desenvolvimento sustentável é afetada de várias maneiras:

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pelas ameaça a paz e a segurança internacional. Erguemos as Nações Unidas em meio aos escombros da Segunda Guerra Mundial. O que nos motivava naquele momento era a determinação de evitar que se repetisse.

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o ciclo de destruição que marcou a primeira metade do século XX. Até certo ponto podemos dizer que fomos bem sucedidos. Mas hoje o conflito na Ucrânia serve de alerta. Uma reforma da ONU é essencial para encontrarmos a paz mundial.

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No caso específico do conselho de segurança após 25 anos de debates está claro que precisamos buscar soluções inovadoras. O Brasil fala desse assunto com base em uma experiência que remonta aos primórdios da ONU.

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É pela 11º vez que ocupamos assento não permanente no conselho. Temos buscado dar o melhor de nós para a solução pacífica e negociada dos conflitos internacionais. Sempre guiados pela carta da ONU e pelo direito internacional.

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O Brasil também tem um longo histórico de participação em missões de paz da ONU. De Suez a angola, do Haiti ao Líbano. Sempre estivemos ao lado da manutenção da paz.

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Também contribuímos para a paz ao abrirmos nossas fronteiras para aqueles que buscam a chance de reconstruir suas vidas em nosso país. Desde 2018 mais de 100 milhões, mais de 6 milhões de irmãos venezuelanos foram obrigados a deixar seu país.

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Muitos deles vieram para o Brasil. Nossa resposta a esse desafio foi a Operação Acolhida, que se tornou referência internacional. Já são mais de 350 mil venezuelanos que encontraram em território brasileiro assistência emergencial, proteção.

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documentação e a possibilidade de um recomeço. Todos tem acesso ao mercado de trabalho, a serviços públicos e a benefícios sociais. Nos últimos meses chegam por dia ao Brasil a pé cerca de 600 venezuelanos. A grande maioria dos quais

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mulheres e crianças pesando em média 15 quilos a menos do que tinham antes. Fugindo da violência e da fome. A política brasileira de acolhimento humanitário vai além da Venezuela. Temos também recebido haitianos, sírios, afegãos e ucranianos.

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Senhor presidente, o conflito na Ucrânia já se estende por sete meses e gera apreensão não apenas na Europa, mas em todo o mundo. Quero em primeiro lugar

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renovar o agradecimento do Brasil aos países que ajudaram na evacuação de brasileiros que se encontravam na Ucrânia quando começou o conflito. Refiro-me especialmente a Eslováquia, Hungria, Polônia, Romênia e República Checa. A operação foi exitosa.

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Não deixamos ninguém para trás, nem mesmo seus animais de estimação. Diante do conflito em si, o Brasil tem se pautado pelos princípios do direito internacional e da carta da ONU. Princípios que estão consagrados também em nossa constituição.

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Defendemos um cessar-fogo imediato. A proteção de civis e não combatentes. A preservação da infraestrutura crítica para assistência à população. E a manutenção de todos os canais de diálogo entre as partes em conflito.

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Esses são os primeiros passos para alcançarmos uma solução que seja duradoura e sustentável. Temos trabalhado nessa direção. Nas Nações Unidas e em outros fóruns. Temos tentado evitar o bloqueio dos canais de diálogo causado pela polarização em torno do conflito.

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É nesse sentido que somos contra o isolamento diplomático e econômico. As consequências do conflito já se faz sentir nos preços mundiais de alimentos de combustíveis e de outros insumos. Esse impactos nos colocam a todos na contramão dos objetivos do desenvolvimento sustentável.

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Países que se apresentavam como líderes da economia de baixo carbono agora passaram a usar fonte suja de energia. Isso configura um grave retrocesso para o meio ambiente. Apoiamos todos os esforços para reduzir os impactos econômicos dessa crise.

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Mas não acreditamos que o melhor caminho seja a adoção de sanções unilaterais e seletivas. Contrárias ao direito internacional. Essas medidas têm prejudicado a retomada da economia e afetar os direitos humanos de populações vulneráveis. Inclusive em países da própria Europa.

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A solução para o conflito da Ucrânia será alcançada somente pela negociação e pelo diálogo. Faço aqui um apelo às partes bem como a toda a comunidade internacional. Não deixe escapar nenhuma oportunidade de por fim ao conflito de garantir a paz.

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A estabilidade, a segurança e a prosperidade da humanidade correm sério risco. Se o conflito continuar. Senhor presidente, tenho sido um defensor incondicional da liberdade de expressão.

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Além disso no meu governo o Brasil tem trabalhado para trazer o direito a liberdade de religião para o centro da agenda internacional de direitos humanos. É essencial garantir que todos tenham o direito de professar e praticar livremente sua orientação religiosa. Sem discriminação.

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Quero aqui anunciar que o Brasil abre suas portas para acolher os padres e freiras católicos que tem sofrido perseguição do regime detatorial da Nicarágua. O Brasil repudia a perseguição religiosa em qualquer lugar do mundo.

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Outros valores fundamentais para a sociedade brasileira com reflexo na pauta dos direitos humanos são a defesa da família, do direito à vida, desde a concepção, à legítima defesa e o repúdio à ideologia de gênero.

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Quero também destacar aqui a prioridade que temos atribuído à proteção das mulheres. Nosso esforço em sancionar mais de 70 normas legais sobre o tema desde o início do meu governo em 2019 é prova cabal desse compromisso.

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Combatemos a violência contra as mulheres com todo rigor. Isso é parte da nossa prioridade mais ampla de garantir segurança pública a todos os brasileiros. Os resultados aparecem em nosso governo.

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A queda de 7,7% no número de feminicídios e diminuição do número geral de mortes por homicídio. Em 2017 eram trinta mortes por 100 mil habitantes. Agora são 19.

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A violência no campo também caiu ao mesmo tempo em que aumentamos a regularização da propriedade da terra para os assentados. No meu governo entregamos 400 mil títulos rurais, 80% deles para as mulheres.

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Trabalhamos no Brasil para que tenhamos mulheres fortes e independentes para que possam chegar aonde elas quiserem. A primeira-dama Michelle Bolsonaro trouxe novo significado ao trabalho de voluntariado desde 2019.

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com especial atenção aos portadores de deficiências e doenças raras. Senhor presidente, senhor secretário geral, senhoras e senhores, chefe de estado e de governo, senhoras e senhores, neste sete de setembro o Brasil completou duzentos anos de história como nação independente.

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Milhões de brasileiros foram às ruas convocados pelo seu presidente trajando as cores da nossa bandeira. Foi a maior demonstração cívica da história do nosso país. Um povo que acredita em Deus, pátria, família e liberdade. Muito obrigado a todos os senhores.

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